domingo, 7 de fevereiro de 2010

Reencontro



Desde cedo se adivinhava que aquela não seria apenas mais uma vez. Apercebi-me disso quando olhei para a tua esguia figura, com o cabelo perpetuamente a tapar-te a face ainda fresca da metamorfose a que o teu ser se tinha submetido recentemente. Apenas isso mudara, de resto continuavas igual, perigosamente próxima da perfeição, elegante como sempre.

Aproximei-me, devagar, pois já fazia algum tempo desde a última vez que nos tocamos. No entanto, naquele restolhar hipnotizante dos nossos passos, eu sentia o fervilhar do sangue, que corria de rajada nos nossos corpos fluidos. Sentia o bater daquilo a que os humanos tão inocentemente denominam de coração, e os nossos acompanhavam-se ao segundo. Não havia sinais de alguma vez nos termos separado. Ambos sabíamos que o que queríamos era sentir os braços um do outro. Era o reencontro que qualquer incauto poderia desejar.

Na escassez das palavras encostei o meu corpo ao teu, com força, fora como se os nossos tecidos se agregassem, o nosso respirar se sincronizasse, o teu perfume se inveterasse em mim sem pedir licença. Sussurrei que ainda o sentia e tu também, eu sabia. Afinal, tu estavas ali…Imaculada!

2 comentários:

  1. O 'jeito' como agregas cada letra toca-me de tal forma imensa que só o silêncio posso usar para demonstrar o meu inacalculável comovismo e agrado. Ninguém sabe de nada; ninguém calcula que o restejar doloroso do Amor parte sempre do ponto mais alto da cidade apagada. Ninguém sabe quando é que ele vem, quando vai e quando tenciona voltar. Mas, não como por magia mas porque quando os passos são tomados de forma segura e mútua, o que duas personagens identificáveis nutrem uma pela outra permitem-lhes chegar ao consenso com um só afecto, com um só sorriso. Mesmo que este seja a quilómetros de distância; mesmo que as duas figuras caminhem lado a lado sem se verem; mesmo que sigam rumos diferentes e mesmo assim o seu caminho se cruze. Porque apesar da magia não existir e, inflizmente, sermos Humanos demais, o Amor existe. E este tem o poder de atingir qualquer noção de sobrenaturalidade.

    p.s. - Orgulho-me de te ver crescer a cada dia que passa... mesmo à frente dos meus olhos.

    Da tua Sawyer,
    *

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  2. Não sei onde foste buscar inspiração para redigir tal texto. Mas o certo é que este deixa transparecer que tens um dom, um dos mais lindos que se pode ter, o "DOM DA ESCRITA" de transmitir para o papel sentimentos,emoções, desejos e outras coisas que tais...
    Te adoro meu Primo!!! Soraia Carvalho

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