sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010





Na urgência daquele beijo, atirei-te para trás e logo o meu corpo caiu sobre o teu de forma imensa. Havíamos quebrado barreiras e para nós já nada era segredo.

Estávamos ali, de corpos quentes sobre o pavimento molhado, a contemplar a noite que nos fora oferecida. Aguardando ciosamente por aquele momento, sem sequer suspirar, trocando palavras vagas mas de puro entendimento, sem nos apercebermos dos olhares vadios que ali nos espreitavam, sem tão-pouco nos preocuparmos em ser.

Tudo aquilo era um pouco estranho, a suspensão, o respirar, o teu toque na minha pele, e logo as palavras se tornaram mudas, então peguei nos teus braços e silenciosamente dançamos somente iluminados pelo brilho dos teus olhos e uns quantos candeeiros obsoletos e de parca resplandecência. Até que de repente… Um sorriso, aquele sorriso sempiterno de menina que mascara a sua juventude com a maturidade de uma mulher, um sorriso formoso e simpático, simplesmente utilizado para atiçar o que acabaria por vir segundos depois; O pecado.

Peguei na tua face e movi-a para bem perto de mim ao ponto de os nossos bafejos se cruzarem, e ali, nos lábios nascera o acto de amar, lento e só, intenso e único. Como de nada mais se tratasse ou vivesse, e de certo que naquele momento nada mais existe do que o fulminar do desejo e o próprio acto de amar. Nada mais se ouve, nada mais se sente, nada mais se cheira, são apenas duas pequenas almas que procuram na saliva um do outro, recolher sacio para morrer. Porque eu, quis, quero e quererei morrer desses beijos, nesses lábios, dessa tua pessoa.

PS: Peço-te humildemente - Encosta a cabeça no meu peito e conta-me como o viveste, como o sentiste?

4 comentários:

  1. Nem sempre há palavras mesmo depois de ditas. Mesmo depois de ditas as palavras nunca fariam qualquer sentido escritas, pois nunca seriam dignas de serem as únicas com a função de denunciar os nossos sentimentos, enquanto que das nossas bocas esperamos sempre mais. Um complexo de palavras é sempre singular; um texto não se caracteriza por uma frase ou um conjunto de paragrafos distantes, mas sim pelo seu todo (daí o meu receio em trair o meu sentimento por nós).

    De qualquer das formas continuas de postura ousada com a bravura de enfrentar os lapsos que possam surgir e deixar assim a nossa história incompleta, mas é por isso mesmo que te admiro e prezo por ti. Pois és o homem que está comigo nesta avalanche de 'TANTA COISA' (perdoa-me a vulgar expressão) e mesmo assim consegues ver-nos ao espelho e contar-me como foi e está a ser. Sabes... sabemos, mais que ninguém que, neste patamar de entendimento, qualquer suspiro de palavras que solte nunca será suficiente. Porque... nunca... nada... será suficientemente suficiente para saciar o desejo de que é feito o Homem. Porque a necessidade de Amar e ser Amado é mais que física e assim issaciável. Porque Amar nunca chega e morremos assim por só mais um... Só mais um dos mil que já tivemos. E porquê?

    Porque Amamos em alma e procuramo-la um no outro erradamente.

    Da tua sawyer,
    *

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  2. Bem, eu estou sem palavras !

    Acho fascinante a descrição que dás e se fechar os olhos, é como se estivesse mesmo a acontecer!

    Adorei! :$

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  3. Por vezes um sorisso não é suficiente, uma amostra declarada de sentimentos nem sempre é fácil de ser conseguida. Contudo, nós somos preparados para "reviver" o amor. Se bem que a definição de amor, hoje, não é o que havia de ser.
    Deixo presente que admiro imenso ambos e que sempre estarão presentes em mim. Exemplos vivos de cumplicidade, estarei sempre do lado da razão e ajudar-vos-ei em qualquer divergência.
    Meu João, escreves como ninguém. Boas palavras.
    Abraço, Nast*

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  4. Junto a minha nuca à tua e trocamos infindáveis mudas palavras, à medida que os nossos olhares saciam o desejo faminto da nossa alma. E nada mais há para ser dito, nada menos há por dizer... Somente que, insanamente, permutei as minhas regras para te poder dizer que te Amo.

    (Nast*, obrigada!)

    CHOCOLAT COOKIES ^^

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